Prêmio Nobel de Economia de 2022
De acordo com Real Academia Sueca de
Ciências anunciou nesta segunda-feira, 10, que Ben Bernanke, Douglas Diamond e
Philip Dybvig são os três vencedores do Prêmio Nobel de
Economia de 2022 por suas "pesquisas sobre bancos e crises
financeiras".
Entre as motivações do prêmio, está
a significativa melhora de "nossa compreensão do papel dos bancos na
economia, particularmente durante as crises financeiras uma importante
descoberta de suas pesquisas sobre por que é vital evitar colapsos
bancários".
Questões extremamente atuais,
considerando os tempos difíceis que o mundo está enfrentando, entre
pandemia, guerra na Ucrânia e alta inflação. O Prêmio
Nobel de Economia foi concedido aos três justamente por seus estudos
sobre o papel dos bancos nos diversos ciclos econômicos.
Mas quem são os três vencedores
do Nobel de Economia deste ano?
Descubra o perfil dos vencedores do
Prêmio Nobel de Economia 2022
Ben Bernanke nasceu
em 1953 em Augusta, Geórgia, e foi o presidente do Federal Reserve
(Fed), o Banco Central americano, entre 2006 e 2014,
nomeado pelo então presidente americano George W. Bush, e reconfirmado no cargo
pelo sucessor, BarackObama. Bernanke teve que enfrentar
a Crise dos Subprime, que começou em 2007-2008, e que foi a
pior desde o Grande Crash de 1929. Atualmente Bernanke leciona
na Brookings Institution em Washington.
Essa é a primeira vez que um ex
presidente do Fed ganha um Prêmio Nobel de Economia. O
reconhecimento a Bernanke deve-se ao seu artigo de 1983, onde
o economista americano "demonstrou, com análises estatísticas e fontes
históricas que corridas bancárias levaram à falências bancárias, e que esse foi
o mecanismo que transformou uma recessão relativamente comum na depressão dos
anos 1930, a crise mais dramática e grave que vimos na história moderna”.
Douglas W. Diamond nasceu
em 1953, doutorou-se pela Universidade de Yale em 1980, se especializando em
crises financeiras e de liquidez, e hoje ensina finanças na Universidade de
Chicago.
Segundo Diamond, "os bancos
centrais são capazes de derrotar a inflação, muitas vezes esquecemos uma lição
de Milton Friedman e é que a política monetária dos bancos
centrais age com atraso temporal". No entanto, acrescentou, "parte do
problema são os déficits fiscais muito grandes em todo o mundo: a política
monetária e a política fiscal devem trabalhar juntas".
Segundo Diamond o sistema financeiro
global hoje "está muito mais preparado" para a eventualidade de
uma crise financeira do que em 2008.
Philip H. Dybvig nasceu em
1955, obteve seu doutorado em 1979 na Universidade de Yale e
é professor da Washington University, especializado em
investimentos e modelos de mercado.
Diamond e Dybvig foram agraciados
com o Prêmio por seu modelo teórico, também criado em 1983,
que, conforme aparece na motivação do Nobel, visa "explicar as formas como
se determina um fenômeno de corrida bancária, ao mesmo tempo em que fornece uma
representação teórica do mecanismo através do qual os bancos criam liquidez”.
Apesar do passar dos anos, o modelo
representa hoje o “ponto de referência teórico para a explicação dos fenômenos
considerados, e não é por acaso que várias reformulações posteriores foram
propostas”.
Prêmio Nobel de Economia na verdade
não é Nobel
Ao contrário dos outros Prêmios
Nobel, o de Economia não foi estabelecido pelo testamento de Alfred Nobel, mas
somente em 1968 pelo Sveriges Riksbank, o Banco Central da
Suécia, em memória do genial inventor da dinamite e empresário. Os vencedores
são selecionados pela Real Academia Sueca de Ciências de acordo com os mesmos
princípios dos Prêmios Nobel concedidos desde 1901. Os
primeiros vencedores foram anunciados um ano depois: Ragnar Frisch e Jan
Tinbergen. No total, o Nobel de Economia foi
concedido 53 vezes para 89 vencedores, entre 1969 e 2021. A primeira mulher a
ganhar foi a cientista política e cientista americana Elinor Ostrom
em 2009.
Por tradição, o Nobel de Economia é
sempre o último Prêmio a ser anunciado, e prevê o reconhecimento de cerca de um
milhão de euros para o vencedor. A entrega é sempre no dia 10 de dezembro, data
da morte de Alfred Nobel. O Prêmio da Paz é
entregue em Oslo, capital norueguesa, enquanto os outros
prêmios são entregues em Estocolmo, capital da Suécia, de acordo com os desejos
do Nobel.
No ano passado, 2021, metade do
prêmio foi para David Card por sua pesquisa sobre como salário
mínimo, imigração e educação afetam o mercado de trabalho. A outra metade foi
compartilhada por Joshua Angrist e Guido Imbens por
propor como estudar questões que não se encaixam facilmente nos métodos
científicos tradicionais.
Os outros Prêmios Nobel de
2022 já foram entregues nos últimos dias. O Prêmio de Medicina
foi para o sueco Svante Paabo por suas descobertas sobre o genoma dos
hominídeos. O de Química foi vencido por Carolyn R. Bertozzi,
Morten Meldal e K. Barry Sharpless por terem aberto o caminho para a chamada
"química instantânea". O de Física foi concedido
para Alain Aspect, John Clauser e Anton Zeilinger por seus estudos sobre
emaranhamento que abriram o caminho para o computador quântico. O de de Literatura foi
ganho pela escritora francesa Annie Ernaux. O Prêmio
Nobel da Paz foi concedido ao dissidente bielorrusso Ales Bialiatski e
às organizações russas de direitos humanos Memorial e ao Centro Ucraniano para
as Liberdades Civis.
Fonte: Infomoney.br
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